sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Maria Clara.

Tão clara quanto seu nome apenas seus dentes. Suas palmas, talvez pela vergonha de serem diferentes do resto do corpo, fizeram de tudo para mudar de cor; suas unhas confundiam-se com o resto da mão, a não ser, em alguns dedos, pelos resquícios de cutículas finas e mal feitas, o cabelo denunciava suas origens, seu corpo esbelto, cintura afilada e barriga seca não destoava dos que eram iguais a ela. Nunca vi pessoa mais parecida com Maria Clara se não todos aqueles que eram iguais a ela. Seus olhos fixos e sóbrios escondiam os medos em alguma parte que nunca era possível se identificar. Digo isso por mim, que nunca ví pessoa como essa mostrar menos do que parece ser.Maria Clara.Ainda com a imagem dos seus dedos, rosto e corpo tão claro na minha cabeça imagino como ela é na cabeça daqueles que mesmo sem vê-la a conhecem tão bem quanto eu.Estranha Maria Clara. Tão fácil de imaginá-la e ao mesmo tempo tão difícil de reconhecê-la.

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